História da Biblioteca Demonstrativa de Brasília
Após a inauguração de Brasília como nova Capital Federal, em um contexto social e cultural de renovação, em 1961, o Serviço Nacional de Bibliotecas é criado na estrutura do então Ministério da Educação e Cultura pelo Decreto nº 51.223, de 22 de Agosto de 1961, que tinha entre seus objetivos divulgar o livro por meio da criação de bibliotecas públicas em todo o país.
Em 1968, Instituto Nacional do Livro – INL recebe autorização presidencial para uso de prédio em Brasília. Em função disso, o General Umberto Peregrino, diretor do INL, resolve ocupar o prédio na capital federal para pôr em prática a proposta que previa a criação de biblioteca federal para servisse de modelo e referência para às demais bibliotecas públicas conveniadas e registradas no órgão.
Por sua vez, o Serviço Nacional de Bibliotecas que funcionava na estrutura do MEC, em 1969, é dissolvido pelo Ministro da Educação e Cultura, Jarbas Passarinho, que aproveitando a mudança do ministério para Brasília, incorporou seu acervo ao Instituto Nacional do Livro.
Assim, em 1969, a escritora Maria Alice Barroso, ao assumir o Instituto Nacional do Livro, preparou o caminho para a inauguração da Biblioteca Demonstrativa no prédio da Avenida W-3 Sul. Na consolidação desta Instituição, foram somados os acervos da Unidade Cultural, Agência nº 01 e Biblioteca do MEC e, em 20 de novembro de 1970, foi inaugurada oficialmente a Biblioteca Demonstrativa do INL, na Av. W3 Sul EQ 506/507, Brasília, Distrito Federal.
Neste prédio, vem funcionando desde então, apenas com mudança provisórias de sede, em função de reformas, em 1972 e em 1996/1997. Em maio de 2014, por força de interdição da Defesa Civil, o prédio foi desocupado para obras, incialmente, de reformas pontuais mas que acabaram por se estenderem até 2017. Em 2018, o prédio foi fechado para uma total modernização e readequação.
Durante o período destas reformas, parte do serviços da Biblioteca Demonstrativa passaram a ser prestados nas dependências do Ministério da Cultura sediadas no Edifício Parque Cidade, no Setor Comercial Sul.
Contudo, a Biblioteca Demonstrativa apesar de permanecer na mesma sede física, foi objeto de mudanças institucionais significativas.
Em 1981, o INL e, consequentemente, a Biblioteca Demonstrativa, como integrante da estrutura deste Instituto, são incorporados à Fundação Nacional Pró-Memória pela Portaria MEC nº 595.
Em 15 de março de 1985, com a criação do Ministério da Cultura, pelo Decreto 91.144, a Pró-Memória passa a ser vinculada ao novo ministério, e também o INL e a Biblioteca Demonstrativa.
Porém, em 1987, com a criação da Fundação Nacional Pró-Leitura pela Lei nº 7.624, o INL e sua biblioteca passam a fazer parte da estrutura desta Fundação.
Em 1990, pela Lei nº 8.029, o Instituto Nacional do Livro foi extinto e incorporado como Departamento Nacional do Livro à estrutura da Fundação Biblioteca Nacional, fundação oriunda da transformação da Fundação Nacional Pró-Leitura, também extinta. A Biblioteca Demonstrativa do INL recebe o nome de Biblioteca Demonstrativa de Brasília e passa a estar subordinada diretamente à Presidência da nova fundação.
Em 2012, após o falecimento da bibliotecária Maria da Conceição Moreira Salles, bibliotecária e servidora pública que contribuiu substancialmente para o desenvolvimento e a conservação do espaço, a Biblioteca Demonstrativa de Brasília passou a chamar-se Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles, mantendo, porém, sua sigla anterior, BDB.
Em 2014, pelo Decreto nº 8.297, de 15 de agosto de 2014, quando da transferência da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) da Fundação Biblioteca Nacional para a estrutura da Secretaria-Executiva do Ministério da Cultura, a gestão da Biblioteca Demonstrativa passou a ser competência desta diretoria, deixando o vínculo institucional com aquela fundação para ficar subordinada diretamente à Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas da DLLLB.
De 2014 a 2018, a BDB, já que incorporada à CGSNBP do DLLLB, integrou sucessivamente a Secretaria-Executiva, a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural e finalmente a Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura, conforme Decreto nº 9.411, de 18 de junho de 2018.
Ao longo de sua história, a Biblioteca Demonstrativa se firmou entre as bibliotecas públicas e comunitárias do país e também no seio da comunidade local e regional como uma instituição respeitada pela variada gama de serviços e atividades educativas e culturais, muitas resultantes do ineditismo de suas ações em conformidade com sua missão.